Boas vistas

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

com100solas.blogspot.com

Este blog vai parar apenas por um único motivo: acabou-se o espaço reservado gratuitamente para ele.
Não deixarei de escrever, nem de publicar fotos, apenas teremos de encontrar o local da continuação deste:
 
 
 
Basta clicar e seguir. Uma perda de tempo, mas espero que não seja uma perda de interesse, de dinãmica e de prazer para quem me segue.
 
De futuro tentatrei reduzir ao "peso" das fotos, no sentido de obter mais durabilidade, embora se perca alguma qualidade.
 
 
 
Espero que nos mantenhamos unidos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

DOS PÁSSAROS

Em minha casa vem um pisco debicar no quintal. No Inverno de sol enfraquecido.
Belo, de peito ruivo bem marcado, apetece partilhar o seu saltitar.
Com ele, os espalhafatosos pardais vorazes nas bicadela.
às vezes uns melros, medrosos, porque desconfiam dos homens.
Na Primavera, saltitando de ramo em ramo , os piscos reais coloridos de azul e amarelo.

Queria acolhê-los, partilhar um poucos dos nossos breves dias.
Fiz um comedouro e ainda não vi pássareco algum a ir comer as migalhas que dentro coloquei.


ALGUMAS PROPOSIÇÕES COM PÁSSAROS E ÁRVORES QUE O POETA
REMATA COM UMA REFERÊNCIA AO CORAÇÃO


Os pássaros nascem na ponta das árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
quando o outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração 
 
Ruy Belo 
 
 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

TRILHO DO CARVALHAL

No Outono o carvalho é uma das árvores que mais torna a paisagem deslumbrante.
Perto de Vila Real, bem perto, existe um local quase paradisíaco, onde as florestas de carvalho ainda são místicas.
S. Miguel da Pena e Gontães, extremo sul do vale da Campeã, um dia de outono, com sol e algum frio.
Na aldeia da Pena, um pequeno santuário rupestre onde, se presume que se tenham feito sacrifícios humanos a um deus adorado na serra do Marão.
Tudo isto num pequeno passeio de poucas horas, em cerca de cinco quilómetros.
As imagens são o motivo.
 
Henry David Thoreau, a propósito de a gente se perder, andando pela e através da Natureza escreve:
 
"É uma experiência surpreendente e inesquecível, além de valiosa, essa de uma pessoa se perder nos bosques" (...)
 
 "Não sou eu mesmo em parte folhas e húmus?"
 
THOREAU, H. D. "Walden ou a vida nos bosques". Antígona. Lisboa. 1999
 
 
 
 




































 
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

LINDOSO, PENEDO DO ENCANTO

... e a caminhada heróica da minha mãe!


Na aldeia de Parada do Lindoso, com belos caminhos vincados por carros de bois, de antigamente, e magníficas latadas, com as uvas maduras ainda por cortar (e desconfio que não irão ser cortadas) a fazer uma sombra agradável neste dia de calor.



Onde os carvalhos são de um verde, Gerês;



Dos muros brotam lendas antigas, capazes de fazer sussurros encantados;



E a luz, contorna as pedras aquecendo-as;


Apetece subir ao ponto mais alto e olhar a Peneda sentindo todo o seu silêncio.



Da água, abundante, apenas se pode dizer que é ela, esta mesma água, que alimenta o Minho, terra de fertilidade, nas palavras de José Mattoso.



Caminhos sólidos, marcas do tempo perpétuo.



Ou uma mão do homem, suavemente pousada sobre a natureza.



Até chegar ao local Encantado.



E ao Penedo do Encanto, com as suas inscrições quase imperceptíveis e milenares inserido num carvalhal demasiado céltico.



E a comungar com a Mãe Natureza, a heroína do dia, no seu descanso merecido.



Para regressar ao caminho encantado.



O fiel companheiro e os moços.





A caminheira mais valente!



E o caminho, de repente, transforma-se em linha de água.



A imponência do quercus.



E da Barrosã.



Dos espigueiros de Parada.



Cogumelo em Setembro.



E a porta que se fecha.
Este é um percurso sinalizado, com belíssimas paisagens. Fazê-lo com a minha mãe foi algo inédito e de valor incalculável. Ela, nos seus quase 80 anos, quase sem ver, foi magnífica companheira e caminhante. Este é o meu tributo ao seu sorriso e à sua persistencia. A foto que se segue é apenas sua, para comungar com o meu pai, que não pôde fazer este caminho, mas outros trilhará, algures!




Aos dois!!























quarta-feira, 19 de setembro de 2012

MUSEU/ RIO/ GRAVURAS- "Côa Museum"

Um rio, uma terra e um céu terão inspirado os maiores e mais antigos artistas da Península Ibérica... ou até do nosso planeta. O homem de neandhertal, o mais resistente à glaciação de wurm, o sapiens que já sabe tornar o visível abstrato, invocando, talvez, o grande poder da mãe natureza... aquele de hoje estamos bem esquecidos.

Uma nação, (quase inacreditavelmente pelos tempos que correm), conseguiu salvar a arte rupestre da total destruição, na ânsia de construir  uma pequena represa de águas, um tanque a que chamam barragem, sem grande significado na produção energética nacional,  (tal e qual  vai acontecer com o Sabor ou o Tua, também o primeiro possuidor de uma extensão desta mesma arte rupestre).

Um museu digno da arte que representa... belo e, quanto a mim, bem enquadrado e inserido na paisagem.

Um percurso curto, mas magnífico, onde se pode olhar para Vila Nova de Foz Côa ou para um rio no seu término: o Côa, no Douro, seu destino.

 


















 
 
 
Atente-se agora a uma pequena mostra do interior do museu. Com sorte, com uma visita guiada, será muito mais interessante.
 




























Para quem visita este edifício, o fascínio prende-se com a sua arquitectura e o ambiente natural... Foi esse, penso, o motivo ancestral que levou os pioneiros da arte humana a esculpir os xistos desta região.
 
É, sem dúvida, um local a visitar neste nosso país de pequenos GRANDES encantos.
 
As réplicas mostradas serão bem mais interessantes se se calcorrear as margens do rio e vir, ao vivo e de preferência de noite, as gravuras, às vezes quase invisíveis,  ouvindo da boca dos guias as explicações que nos fazem viajar no tempo.