Boas vistas

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CHAVES

Esta é uma terra especial. Não apenas pela sua história a que imediatamente podemos associar os monumentos nela espalhados, mas acima de tudo porque é uma terra que me viu crescer. Cada pedra, cada rua, cada pôr-do-sol, cada paisagem, tem um significado de permanência, de sentido de posse. Cada vez que a ela regresso é um regresso a casa.`
É uma cidade que se pode até espraiar em vaidades. O rio, a água, são mais do que o seu elemento primordial, daí que as pontes, agora em maior número, também estejam associadas a essa vaidade.

Esta é a velha, romana

A nova


E as famosas pôldras

Caminha-se bem junto às margens do Tâmega, sem sair da cidade. Finalmente pode-se usufruir das Termas, do Rio e da Cidade. Vale a pena!

Também vale a pena, mais até para os flavienses, percorrer o blog:



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O CAMINHEIRO

"El camiñero valiente"
desde os seus 5 anos que assim é apelidado.


ASSIM ERA, ASSIM JÁ NÃO É


Esta era a "automotora" que serviu nos últimos tempos a linha do sabor. Recordo que, este "autocarro" a gasolina, transportava os passageiros com destino a outros mundos para lá do nordeste português.
Lembro-me de sair de Moncorvo nesta "coisa", mas ter a certeza de ir ao encontro de algo inesperado e novo, onde a expectativa me deslumbrava numa iniciação de viajante. Entre oa meus 5 a 10 anos, era este o meio que me transportava para o almejado desconhecido, desde as praias da costa portuguesa, a Coimbra ou Porto.
Podia-se encontrar quase todo o Portugal apenas sobre os carris, apreciando não apenas o sentido das viagens mas, acima de tudo, sentir intensamente as paisagens do Tua, do Sabor, do Corgo, do Douro... e tantas outras!  Sabiamos Portugal de lés a lés, olhando paisagens deslumbrantes como a deste Trás-os-Montes.
Quanto ao Martim, reviveu recentemente a paisagem de Torre de Moncorvo e descobriu um Douro e um Sabor novos, que já trazia nos genes, mas que nunca tinha visto deste ângulo. Não conheceu a automotora mas já recriou esta pequena viagem - entre Pocinho e Moncorvo- apesar de se ter embrenhado numa paisagens apenas de restos humanos, cacos, ferro retorcido e vegetação a tenter esconder uma vaidade humana que foi a Linha do Sabor.
Miguel Torga, escreveu:

Soube a definição na minha infância.
Mas o tempo apagou
As linhas que no mapa da memória
A mestra palmatória
Desenhou.

Hoje
Sei apenas gostar
Duma nesga de terra
Debruada de mar.

Algo com que começa o seu livro "Portugal".

Ou ainda, Sant´'Anna Dionísio, refere nos seus "Guia de Portugal", sobre Trás-os-Montes:

Terra pedregosa, magra e ascética-, aqui e além matizada pela frescura rústica e pastoril de algumas veigas-, (...)província portuguesa de mais vincado cunho telúrico e humano. Para quem tiver a paixão de conhecer o lastro milenário dos costumes, poucas terras serão mais pródigas de revelações.

Outros grandes nomes da cultura portuguesa se atreveram a desvendar estas terras de Portugal e em especial a de Trá-os-Montes, sabendo e conhecendo in loco as suas potencialidades, os seus saberes e sabores. Apenas os nossos sucessivos políticos, mal escolhidos, não entendem, não sabem nem das gentes nem das belezas destes sítios. E, nessa enorme ignorância, desacertam os tempos e os espaços, fazendo asneira atrás de asneira, como a de deixar cair, sem qualquer remorso ou emoção, as linhas de via estreita que hoje estão completamente abandonadas, como o exemplo citado da Linha do Sabor. É triste e revoltante, mas a impotência do comum mortal transmontano só pode ser escamoteada se olharmos, virmos e mostrarmos o que é, o que foi e até, porque não, o que poderia ter sido, se tivermos arte para tanto.
O Martim diz, com 12 anos, "como é possível que esta linha não esteja a funcionar?".
Palavras sábias de desilusão....! E é ele, e muitos como ele, que vão herdar este país ABANDONADO, ESQUECIDO!!






terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bastão

Estes são os bastões de um pobre caminheiro. Sem eles quase nada se anda, poucos obstáculos serão transponíveis.
Salvo aqueles que nitidamente foram comprados, a maioria são bastões feitos à mão, muitos deles colhidos nas terras de Trás-os-Montes, outros desde a Suiça aos Picos da Europa.
Conhecem várias terras e montes, vales e rios, linhas de combóio ou simplesmente este canto onde se encostam.
As ruas de Santiago ouviram os seus ressoares nas pedras sujas e rasgadas por tantos pés peregrinos. Os cães menos simpáticos temeram-nos e as silvas afastaram-se, a custo, mas dobraram-se à sua força e persistência.
Bastões, enfim, que acompanham as solas e lhes dão vigor para mais um quilómetro, para mais uma esperança de caminhada. Aguardam a próxima incursão, pacientemente.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Linha do Sabor 1

POCINHO- TORRE DE MONCORVO
E assim começa um trilho de uma linha morta, restos humanos numa paisagem deslumbrante.

A famosa ponte de dois tabuleiros, restos de ferro

A estação do Pocinho
A separação das vias larga e estreita, Douro e Sabor
O abandono
Rio Douro
As dificuldades do início, com a vegetação a impedir a passagem
Um olhar atento
Desmoronamento
Linhas

Flores e amigos

Os dois mais fortes caminheiros
A passada persistente
O quilómetro da coragem antes da difícil passagem através da vegetação quase impenetrável
Flores na linha
Doirado
Conversas sobre máquinas fotográficas

cores



Persistências
Mais amendoeiras em flôr


Oliveiras
Apeadeiro
"Horizontes da Memória"
"Horizontes da Memória" 2
Vè-se o fim

"Quebras de página"
O vento

As curvas e o Achim

Oliveira
Moncorvo
Matriz de Moncorvo

Águas passadas

Fim do trilho por hoje, numa estação abandonada